sábado, 29 de janeiro de 2011

Veríssimo e BBB

Recebi nesta semana um e-mail de meu tio, que continha um (alegado, não pude comprovar a autoria) texto do (maravilhoso) L. F. Veríssimo sobre o fenômeno Big Brother Brasil. Ainda que seja antigo (retrata a versão passada, de 2010) permanece atual e, quem sabe, eterno.

Me sinto na obrigação de compartilhar, principalmente porque já postei aqui sobre este mesmos assunto no passado. Segue para seu "deleite"...


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade
em busca do IBOPE..

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas. Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro
de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente
bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa
é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados...

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais.
Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar.... , ouvir boa música.

.., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.


Tenho que concordar com cada palavra, com cada vírgula, com cada lágrima de indignação.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Banquete do Medo

Nosso ex-pastor (mas para sempre querido amigo) está nos visitando aqui na terra das Araucárias. Tudo bem que ele chama pinhão de vaso e estação-tubo de “cano-com-homens”, mas até que está se dando bem com o clima temperamental e o povo fechado... ou seria o contrário ?

Temos tido oportunidades de conversar sobre espiritualidade, e, com certeza, esta experiência está sendo muito boa para mim e, principalmente, para a minha Petit – ela está vendo que os seus questionamentos e “bloqueios” são muito mais comuns e populares do que ela imaginava.

A confusão humana, em minha opinião, é devida ao fato que fomos feitos para crescer e multiplicar no Éden, e não na Terra – tal como um animal que foi criado para habitar o topo das montanhas e de repente vê-se obrigado a morar no fundo do mar, temos uma tremenda incapacidade de lidar com situações as mais triviais e mundanas.

Imagine que o organismo foi concebido para respirar uma mistura de 50% de Nitrogênio, 45% de Oxigênio e 5% de gases nobres e, num instante, é jogado em uma atmosfera de 70% de Nitrogênio, 21% de Oxigênio e quase 10% de gases nobres.

É mais que esperado que vá engasgar, tossir, ficar enjoado, tonto, perder o equilíbrio e a noção, ter alucinações, endurecer o coração... mais ou menos aquilo que se vê em qualquer calçada de qualquer cidade de qualquer país de qualquer continente. A incapacidade de lidar com o mundo que o cerca. Muito sofrimento !!!

Porém, acredito que como último ato de amor no Jardim, quando estávamos sendo expulsos do Paraíso, ou mesmo primeiro ato de amor quando íamos marcar pela primeira vez o solo da Terra com os nossos pés, o Senhor nos deu o sentido de sobrevivência.

Sabendo que a partir daquele momento nós passaríamos a sentir frio, fome, aspereza, sede, dor, e calor, o “instinto de sobrevivência” seria fundamental para a nossa... sobrevivência... em um mundo cruel, duro e desconfortável.

Infelizmente, o desejo pela própria sobrevivência é, intrinsecamente, egoísta. O “sai da frente, primeiro eu” está no primeiro parágrafo da primeira página do primeiro capítulo do Manual de Sobrevivência. E o egoísmo, por sua origem individualista, cria o sentimento de posse – “Tira tua mão daí que é meu ! Eu vi primeiro e preciso disto para viver !!!”

Como conseqüência do anseio de propriedade, naturalmente surge o ciúme e a inveja. E estes derivam para a insegurança, seja por uma futura perda ( “Se eu não cuidar vão tomar o meu patrimônio !”), ou por uma eterna posição secundária (não ser o preferido, não ser o “macho alfa”, ser sempre preterido nas promoções).

Da insegurança brota o medo, que se alimenta dele mesmo, e defeca ainda mais dele. Ora, do medo derivam todas as outras mazelas, causas de conflito, e dúvidas do homem, que levam às guerras, selvagerias, insensibilidade, desconfiança, desamor, violência...

Como se não bastasse tudo isto, após o banquete do medo há a ressaca da culpa.

Não, amados, esta não é uma visão fatalista e derrotada. Antes, é uma opinião individual que traz clareza, ainda que não traga explicação. Como disse Sun-Tsu, “se conheceres a ti mesmo e ao teu inimigo não precisarás temer o resultado de mil batalhas” – sempre sairás vencedor. Ainda que não saibas muito bem como vais fazer isto, quando for necessário.

Precisamos ter a certeza de que somos imperfeitos e falhos (e não há nada que possamos fazer para mudar isto). Necessitamos ter a consciência que o sentimento de culpa é filho indesejável das nossas ações ou omissões, sempre que elas não foram condizentes com os padrões das maiorias, ainda que estes mesmos padrões tenham sido desenhados e impostos por uma minoria.

Antes, ainda, precisamos estar convencidos de que “Deus não se entristece pelas nossas imperfeições, apenas pelos nossos pecados”, tal como disse o nosso visitante.

Se acreditamos que o Criador nos conhece desde muito antes de nossa concepção, como poderia Ele ficar frustrado pelas nossas falhas ? Como poderia Ele se decepcionar com alguém que Ele conhece tão bem ?

A culpa é a coleira que os irados colocam nos inseguros. É a “espada de Dâmocles” que a sociedade, os costumes e as instituições alardeiam para controlar aos mansos. É a “consciência moral” divulgada pelo “status quo”. É o dedo em riste que tenta justificar o que não tem explicação. É a tirania da idéia sobre o sentimento.

Tal como em Lucas 23:4, novamente em 23:14, e uma outra vez em 23:22... contando as mesmas três vezes que Pedro posteriormente negou à Jesus, por três vezes Pilatos não encontrou culpa no Cordeiro. Mas a população não deu importância, continuou a apontar o dedo, a incitar a violência, a contestar as ações, a questionar as escolhas, à ser massa de manobra de uma minoria exaltada.

Bem, o restante da história nós todos conhecemos... e aquele único que não tinha mácula foi sacrificado. Mesmo sem ter qualquer culpa.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inutilidades Inúteis

Se você ficar gritando por 8 anos, 7 meses e cinco dias, terá produzido energia sonora suficiente para aquecer uma xícara de café. (Não parece valer a pena.)

Se você peidar constantemente durante 6 anos e 9 meses, terá produzido gás suficiente para criar a energia de uma bomba atômica. (Agora sim!)

O coração humano produz pressão suficiente para jorrar o sangue para fora do corpo a uma distância de 10 metros . (Uau!)

O orgasmo de um porco dura 30 minutos. (Na minha próxima vida, quero ser um porco!)

Uma barata pode sobreviver 9 dias sem sua cabeça até morrer de fome... (Ainda não consegui esquecer o porco)

Bater a sua cabeça contra a parede continuamente gasta em média 150 calorias por hora. (Não tente isso em casa; talvez no trabalho!)

O louva-deus macho não pode copular enquanto a sua cabeça estiver conectada ao corpo. A fêmea inicia o ato sexual arrancando-lhe a cabeça. ('Querida, cheguei! O que é is.....')

A pulga pode pular até 350 vezes o comprimento do próprio corpo. É como se um homem pulasse a distância de um campo de futebol. (Trinta minutos...que porco sortudo! Dá pra imaginar?)

O bagre tem mais de 27 000 papilas gustativas.. (O que é que pode haver de tão saboroso no fundo de um rio?)

Alguns leões se acasalam até 50 vezes em um dia. (Ainda prefiro ser um porco na minha próxima vida...qualidade é melhor que quantidade!)

As borboletas sentem o gosto com os pés. (Isso eu sempre quis saber)

O músculo mais forte do corpo é a língua. (Hmmmmmmmm..)

Pessoas destras vivem em média 9 anos mais do que as canhotas. (E se a pessoa for ambidestra?)

Elefantes são os únicos animais que não conseguem pular. (E é melhor que seja assim!)

A urina dos gatos brilha quando exposta à luz negra. (E alguém foi pago para descobrir isso?!)

O olho de um avestruz é maior do que o seu cérebro. (Conheço gente assim)

Estrelas-do-mar não têm cérebros. (Conheço gente assim também)

Ursos polares são canhotos. (Se eles começarem a usar o outro lado, viverão mais)

Seres humanos e golfinhos são as únicas espécies que fazem sexo por prazer. (E aquele porco???)



Realmente a Internet é um poço de sabedoria e informação...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ainda pensando sobre Davi e Facebook

José tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:

– Moça, vocês têm pen drive?

– Temos, sim.

– O que é pen drive? Pode me esclarecer? Meu filho me pediu para comprar um.

– Bom, pen drive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.

– Ah, como um disquete...

– Não. No pen drive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes. O disquete, que nem existe mais, só salva texto.

– Ah, tá. Bom, vou querer.

– Quantos gigas?

– Hein?

– De quantos gigas o senhor quer o seu pen drive?

– O que é gigas?

– É o tamanho do pen.

– Ah, tá, eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso, sem fazer muito volume.

– Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.

– Ah, tá. E quantos tamanhos têm?

– Dois, quatro, oito e até dez gigas.

– Hummmm, meu filho não falou quantos gigas queria.

– Neste caso, o melhor é levar o maior.

– Sim, eu acho que sim. Quanto custa?

– Bem, o de dez gigas é o mais caro. A sua entrada é USB?

– Como?

– É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível.

– USB não é a potência do ar condicionado?

– Não, aquilo é BTU.

– Ah é, isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.

– USB é assim ó, com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo.

– Hmmmm..., enfiar o pino no buraquinho, né?

– Hehehe. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.

– Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete. Lembra do disquete? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso. O meu primeiro computador funcionava com aqueles disquetes do tipo bolacha, grandões e quadrados. Era bem mais simples, não acha?

– Os de hoje nem têm mais entrada para disquete. Ou é CD ou pen drive.

– Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.

– Quem sabe o senhor liga para ele?

– Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que ainda não aprendi a discar.

– Deixa eu ver. Poxa, um Smarthphone, este é bom mesmo, tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, filmadora, radio AM/FM, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo direcional, micro-ondas e conexão wireless.

– Micro-ondas? Dá para cozinhar nele?

– Não senhor, assim o senhor me faz rir, é que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.

– E Bluetooth? Estou emocionado. Não entendo como os celulares anteriores não possuíam Bluetooth.

– O senhor sabe para que serve?

– É claro que não.

– É para comunicar um celular com outro, sem fio.

– Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei fio para ligar para outro celular. Fio em celular, que eu saiba, é
apenas para carregar a bateria...

– Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para outro, sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo.

– Ah, e antes precisava fio?

– Não, tinha que trocar o chip.

– Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip...

– Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.

– Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?

– Momentinho... Deixa eu ver... Sim, tem chip.

– E faço o quê, com o chip?

– Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.

– Sei, sim, portabilidade, não é?, claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples? Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões...

– Nãão, é tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isto. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão verde... pronto, está chamando.

JOSÉ segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:

– Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura. Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.

– Que idade tem seu filho?

– Vai fazer dez em março.

– Que gracinha...

– É isto moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.

– Certo, senhor. Quer para presente?

Mais tarde, no escritório, examinou o pen drive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes? Onde iremos parar? Olha, com receio, para o celular sobre a mesa.

Máquina infernal, pensa.

Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou tenha mais de quarenta, saberá compreender.

Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona. O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um rock infernal invade o quarto e os ouvidos de José.

Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:

– Pronto pai, baixei a música. Agora eu levo o pen drive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu celular, por exemplo.

– Teu celular tem entrada USB?

– É lógico. O teu também tem.

– É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?

– Se o senhor não quiser baixar direto da internet...

Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo em Clarinha e disse:

– Sabe que eu tenho Bluetooth?

– Como é que é?

– Bluetooth. Não vai me dizer que não sabe o que é?

– Não enche, JOSÉ, deixa eu dormir.

– Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?

– Claro que lembro, ZÉ. Hoje é bem melhor, né? Várias coisas numa só, até Bluetooth você tem.

– E conexão USB também.

– Que ótimo, ZÉ, meus parabéns.

– Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.

– Ué? Por quê?

– Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.

– Por falar nisso temos que trocar nossa televisão.

– Ué? A nossa estragou?

– Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Seguindo os passos

Minha querida esposa postou faz mais ou menos uma semana que ela "mordeu a língua" e voltou às redes sociais, via Facebook. Bem, se eu fosse fazer o mesmo teria que ser um sapo ou um tamanduá, pois já fazia mais de um ano que eu tinha fechado todas as minhas redes sociais, me atendo apenas aos contatos face a face ou via voz (telefone, Skype...).

Porém ao ler o blog da Priscila fiquei curioso e ativei uma conta no Facebook também. Curiosidade... procurando amigos novos e amizades esquecidas, colegas atuais e companheiros históricos. Alguns sustos, é certo, mas depois de fazer as contas ví que os anos fizeram nas pessoas aquilo que se espera que faça, claro - poucos cabelos, muitas barrigas...

Algumas surpresas: gente certamente conservada em formol, ou verdadeiros "Highlanders", que não envelheceram nem uma semana em vinte e poucos anos - ou talvez propaganda totalmente enganosa, com o uso de fotografias antiiiiiigas.

Ainda digerindo o tempo, amigos que mudaram de emprego, de cidade (como eu mesmo fiz), outros permanecem no mesmo lugar faz uma eternidade. Bastante deles da época que morei aqui em Curitba, fazem 22 anos. Vários ainda por localizar... Minha memória me trai quando tento recuperar alguns nomes, apesar de os rostos estarem nítidos.

Nada muito inteligente para dizer para eles. Só cumprimentos e saudade. Eu acho que as lembranças retornadas e a felicidade em vê-los bem e com saúde é o que me dirigiu (e ainda dirige) nesta "missão de resgate" do passado.

Imagino que este deva ser o objetivo destas redes sociais... nada de reatar amizades fortes pois as pessoas e interesses certamente mudaram... nada de curiosidade mórbida, estilo BBB, apenas para saber quem tem mais ou menos sucesso do que você, quem está mais ou menos "acabado" do que você...

Simples e diretamente: saudades. De épocas diferentes, com preocupações e sonhos diferentes, desejos e projetos vencidos...

Não sei o porque, mas me lembro de Davi. Ainda criança, cuidando "das malhadas", matando leões de vez em quando... vida tranqüila, poucas preocupações, sem contas prá pagar, sem Arcas para mover e cuidar. Alguns amigos para sentar ao redor da fogueira, jogar conversa fora, contar histórias, cada um dizendo que o seu gigante era maior do que o outro, citando seus profetas favoritos...

Ah, se Davi tivesse Facebook... um largo sorriso e seu pé na barriga de um Golias caído na sua primeira foto ainda em preto e branco, seus colegas de pastoreio fazendo pose na frente dos rebanhos, o sábio Samuel caminhando ao seu lado mostrando as coisas, Natã de dedo em riste vindo em sua direção, Saul no retrovisor do camelo, a esposa sempre com cara de reprovação quando ele dançava nas festas, o revoltadinho do Absalão querendo fazer bagunça, Salomão ainda nas fraldas mas já resolvendo equações de segundo grau, o grande amigo Jonatas... não é que Mefibosete tá a cara do pai !

É...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Feliz 2011

Ihhhh, pessoal, o sítio do Blogspot não está muito ok prá mim no trabalho, não. Ou talvez seja apenas o sítio do meu blog... a parte de cima da tela dá erro ! E não consigo me logar para postar...

Tinha um momentinho no fim da manhã ou no meio da tarde quando eu sempre dava uma parada para respirar... Alongar os músculos e esfriar a cabeça, para depois retomar as atividades profissionais... aproveitava este "oásis temporal" para escrever aqui.

Some-se isto a um monte de trabalho e fiquei umas 3 semanas sem postar.

Bem, compramos o Hyper-blaster-mega-ultra-orbitator Tabajara from Polishop... ô carinha difícil !!! No máximo em 3 minutos o músculo da coxa já está a uns 2.700 graus Celsius. Dói, dói, dói...

Tudo para ter mais saúde... O Ministério da Dor informa: fazer exercícios pode fazer mal à saúde hehehe...

Priscilinha passou tranquilo (sem trema) na faculdade, toda alegre e serelepe... ela fez bonito, tenho que registrar. Notas ótimas, participação ativa no trabalho que lhe tirou algumas noites de sono... um espetáculo, a minha esposa.

Agora só falta mais um semestre !!! Ueba !!! E aí ela vai começar outro curso - dou o maior apoio. Também ainda tenho o projeto de fazer a minha pós.

Ela está fazendo uma lista com os projetos pessoais para 2011. Eu me comprometi a fazer o mesmo. Concordo que é uma forma de mantermos o nosso foco naquilo que realmente nos fará felizes e realizados.

O mundo oferece uma enorme gama de distrações...

E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma. 1Co 7:35

Como é contundente este capítulo da Bíblia. Tão óbvio e ao mesmo tempo tão difícil...

Minha querida acabou de ver um anúncio na TV e afirmou: " É, já estão falando do carnaval...". Hoje é 2 de janeiro !!!

E complementou: "... depois é Páscoa e..." e estalou seus lindos e finos dedos no sentido de "e já passou". Pura verdade.

Carnaval sempre foi carne-vã. Páscoa virou chocolate... e Natal virou presentes e panetones.

A tua habitação está no meio do engano; pelo engano recusam conhecer-me, diz o SENHOR. Jr 9:6

Tenham todos um ótimo 2011, sabendo o que pedir para as suas vidas, na chamada "virada do ano".

Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens, ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei, 2 Co 1:11