Vi recentemente na TV as cenas de um grupo de "torcedores" do São Paulo (considerado elitizado e fino) massacrarem pessoas que suportam outra agremiação (no caso, Palmeiras). Um ser humano inconsciente no chão tendo a cabeça pisada e chutada.
Postei anteriormente que os romanos criaram o pão e circo para manter o populacho calmo e controlado. Além de manter os cidadãos mais ou menos ignorantes e sem estudo (prática esta ainda muito utilizada em paises de terceiro e também de primeiro mundo) para que desconhecessem os problemas, as crises, os desvios de verbas (na época eram sciclos de ouro), as conspirações, os abusos, etc. aquele povo também criou a figura do Coliseu e dos gladiadores.
O povo tinha diversão de graça (circo, ou Circus Maximus, como era chamado o Coliseu em sua época áurea) e comida barata (o tal do pão). No Coliseu seres humanos eram colocado para lutar entre sí e contra animais selvagens... bem, vocês conhecem a história.
O interessante é que naquela época a barbárie ficava restrita ao interior da arena do circo. Nas "arquibancadas" e na própria cidade de Roma reinava paz, segurança e sossego. Não haviam assassinatos e os roubos eram infimos - a maior quantidade de "contravenções" (e consequentemente de pessoas presas) era de um grupo de pessoas que haviam aderido a uma nova crença totalmente contrária ao politeísmo vigente no mundo latino: os cristãos.
Mas não é nada disto que eu estou querendo escrever. O que gostaria de ressaltar é que na época em que a civilização como a conhecemos ainda engatinhava as "cenas chocantes" ficavam restritas ao interior de um espaço destinado exatamente para aquilo, e que os espectadores comportavam-se sobremaneira (para os modos da época, que fique claro) comportados.
E hoje em dia, quando temos condições infinitamente melhores do que naquela época, vemos uma inversão total do quadro: a lisura e "fair-play" estão dentro da arena, e a barbárie e selvageria estão nas arquibancadas e ruas circunvizinhas.
O que será que houve ? Posso imaginar que como hoje somos "civilizados" a nossa "raiva natural" fica represada e os mais exaltados externam esta violência na primeira oportunidade que encontram (trânsito, futebol e outros) - mais uma vez, não é isto que quero escrever, porque esta é matéria para psicólogos, filósofos e humanistas.
A bem da verdade nem sei ao certo o que quero escrever - a constatação da nossa virulência inata já me bastou como susto e conclusão por hoje.
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