domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sutilezas

Grande verdade quando leio que o Senhor não está no terremoto e nem no temporal - Ele está na brisa. Sem buzinas, alardes ou shows pirotécnicos. Simplesmente eficiente.

A sutileza de Deus quando direciona mudanças em nossas vidas pode assustar. A minha caminhada está prestes a tomar rumos impensados, mas não há trauma, choro ou ranger de dentes. É quase como se o "volante" da minha vida estivesse sendo virado com um carinho suave e quase imperceptível.

Mais uma vez, solução aonde não se via saída. Novamente vitória quando não se imaginava nada além de derrota. Surpreendente, o nosso Criador. Também, de alguém que usa um jumento para dar lição a um "profeta" não se poderia esperar nada diferente. Simples e eficaz.

O que os estudiosos chamam de "Teoria do Caos" (ou "Teoria dos Fractais") poderia ser chamada, com mais propriedade, de "Teoria do Humor e Amor Divinos". Pequenas mudanças e "imperfeições" no ambiente do experimento levam a resultados diferentes. E, no caso do nosso Senhor, sempre para o melhor de nós. Esta Sua misericórdia que nos contrange...

Ontem tivemos um "culto familiar", como fazemos todos os meses. A palavra que foi levada falava que precisamos de três simples passos para estarmos "de bem" com o nosso Deus: sermos justos, amarmos, e sermos humildes perante o Senhor (Mq 6:8). Coisas óbvias e básicas. Porém tão difíceis de serem conseguidas.

Analisando os três preceitos verificamos que um é direcionado de nós para os outros (sermos justos), um é para interação com as outras pessoas e fortemente atuante com nós mesmos (já que, é sabido, só pode amar aos outros aquele que se ama), e um para Deus (sermos humildes perante Ele, ou, em outras palavras, termos temor e tremor diante do Altíssimo, reconhecermos a Sua autoridade sobre as nossas vidas, planos, projetos, etc.).

Pessoas altamente preconceituosas (qualquer que seja o pré-conceito) não conseguem ser justas nunca. É preciso que haja uma completa omissão dos próprios sentimentos (do próprio "eu") para que se consiga "julgar" com imparcialidade. É necessário que se coloque no lugar do outro para poder avaliar com serenidade e isenção. É mister observar com muita atenção os pequenos detalhes e motivações do ocorrido.

Entretanto, mesmo o mais justo dos magistrados pode ser egoísta. Julga com racionalidade e precisão, mas não abre mão de suas coisas. É perfeito com a causa alheia, mas amargo e infeliz quando desveste a toga. Amar a si próprio demanda se conhecer profundamente - você só pode amar algo que conhece muito bem. Julgar os outros é fácil, difícil é julgar a si próprio (ah, em entrevistas para emprego, como é difícil responder à pergunta "Cite três qualidades suas e três defeitos que você precisa melhorar"). E como é difícil amar incondicionalmente...

Porém, mesmo a mais ímpia das criaturas consegue atingir aos dois objetivos acima. Cheios de vícios e pecados, mas justos e misericordiosos. É difícil mas bastante possível...

Então, o que diferencia grandemente os crentes dos gentios ? Simples e basicamente o terceiro ponto: ser humilde perante o Senhor.

Sutil, heim?

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